Fala rockers de plantão! Vamos
relembrar algumas trocas de vocalistas que geram tanta polêmica no rock. Primeiramente, é interessante
perceber como somente algumas poucas bandas famosas ainda não tiveram mudança
nos vocais. Pensei em algumas: Rush,
Metallica, Kiss, Rolling Stones e...,
bem, tem o... e também o... Não estou
conseguindo me lembrar de outras.
Muitas e muitas das nossas queridas bandas já passaram por isso, a
temida saída do vocalista.
É chover no molhado dizer que o vocalista é, na maioria dos casos, o
principal integrante de uma banda, muitas vezes considerado “a alma da banda“, afinal ele é o “frontman”
bla bla bla.
Não tentaremos aqui decifrar os porquês das saídas, afinal, são
sempre as mesmas como: “incompatibilidade musical”, “seguir em carreira solo”,
“conflito de agendas”, “divergências com empresário”, “um tempo para outros
projetos” etc etc. Vamos apenas refletir sobre algumas consequências dessas
mudanças.
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Paul Di'Anno na época do Maiden |
Começando com o gigante
Iron
Maiden. A saída do primeiro vocalista
Paul
Di'Anno com certeza não foi bem recebida por muitos na época, afinal a banda
já tinha dois excelentes álbuns com esta grande figura no vocal, mas é incontestável
o sucesso que a banda alcançou após a entrada de
Bruce Dickinson.
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Bruce e Blaze |
A técnica vocal, criatividade e carisma de Bruce ajudaram
e muito para a banda ser o que é hoje. Já não podemos dizer o mesmo da entrada
de
Blaze Bayley, pois desagradou a
maioria dos fãs e com certeza o Maiden perdeu muito em vendas, tanto que Bruce
voltou. Particularmente, acho que Blaze participou de um dos melhores álbuns do
Maiden que é o “
X Factor”. Nesse álbum sua
performance é excelente, mas aí já é questão de gosto.
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Steve Perry no Journey |
Sobre esse assunto, não tem como não mencionar o grandioso
Journey aqui. Nos primeiros álbuns o Journey teve seus próprios
integrantes revezando nos vocais e as vendas não iam bem, foi então que
resolveram chamar
Steve Perry para
os vocais. Logo em seu primeiro album, Perry deu nova vida à banda e os ajudou
a estourar nas paradas americanas, fazendo com que o Journey se tornasse
mundialmente reconhecido, novamente muito devido ao talento e carisma de Steve nos
vocais. Após a saída de Perry, a banda não conseguiu repetir o mesmo sucesso e
já está no quarto vocalista.
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Augeri ao centro |
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Arnel |
O primeiro substituto foi outro Steve -
Steve
Augeri, que gravou o excelente “
Arrival”,
para mim um dos melhores álbuns de AOR dos anos 2000. Porém, eis que sai Augeri, entra
Jeff Scott Soto, fã confesso da banda e
grande vocalista da cena hard rock. Jeff estava bem empolgado com a nova fase,
recebendo elogios da imprensa e fãs, mas não chega a gravar com a banda e é “chutado”,
sem muitas explicações. Quem já viu e conhece o trabalho de Jeff, pode concluir
que a banda talvez não tenha se adaptado ao seu estilo
funkeado e mais versátil. Para substituir Jeff, a banda encontrou
no Youtube o vocalista de uma banda que fazia covers do Journey, o filipino (!)
Arnel Pineda, que permanece na banda
até hoje. Arnel teve um começo difícil com a desconfiança de muitos, mas parece
estar conquistando seu espaço e a banda continua firme excursionando pelo mundo
e lançando bons trabalhos. Particularmente, não acho que o filipino seja tão
bom quanto Steve Augeri, que não fugia muito do estilo de Perry e ainda
conseguia dar seu toque pessoal nas músicas.
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Roth (esq.) com Eddie |
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Hagar |
Para finalizar, um dos casos que mais geram discussões, picuinhas,
controvérsias, tretas, seja lá como queira chamar, trata-se do caso
Van Halen. O grupo surgiu como uma das
bandas mais inovadoras de todos os tempos graças ao talento de um dos melhores
guitarristas da história do rock,
Eddie
Van Halen. O vocalista era
David Lee
Roth, que se encaixava perfeitamente na banda e, com muita competência e
personalidade, conquistou fãs no mundo inteiro. Especialista em artes marciais,
David destacou-se como
frontman principalmente por suas performances com muita
energia, dando seus famosos golpes no ar e se comunicando com muita facilidade
com o público. Após anos de sucesso, David sai e entra
Sammy Hagar, que é, em minha humilde opinião, um dos melhores
vocalistas do rock de todos os tempos. Enquanto Roth se destacava mais por suas
performances do que por seu vocal, Hagar, ao contrário, impressiona por seu
talento como cantor, dono de uma voz única e marcante. A troca desagradou
muitos fãs e até hoje gera muita discussão e divisões , tanto é que muitos se
recusam a ouvir o VH com Hagar ou VH com Roth. Gostos a parte, apesar de
desagradar muitos, Hagar trouxe muitos novos fãs e enorme sucesso à banda,
fazendo hit atrás de hit. Após a saída de Hagar, a banda recrutou
Gary Cherone (
Extreme), gravou um cd que não agradou, acabou não dando o resultado
esperado e a maioria mal se lembra dele na banda. Hoje Roth está de volta e a
banda lançou em 2012 “
A different kind
of truth”, o primeiro álbum com Roth nos vocais após quase trinta anos de
sua saída.
O álbum é muito bom e os shows tem atraído grande público, mas as
apresentações de Roth já não são mais as mesmas, afinal, o cara está com quase
60 anos.
Bem , os resultados são os mais diversos e pode-se dizer que, no geral,
os mais talentosos acabam vencendo as desconfianças e predileções. As trocas de
integrantes inevitavelmente geram perdas, mas se forem bem feitas podem trazer
novos fãs e minimizar os “impactos emocionais”, afinal muitos fãs se sentem
traídos quando seu músico favorito deixa uma banda ou quando, pior, é mandado
embora. Sejam quais forem os motivos e
resultados das trocas de vocalistas ou outros integrantes, elas continuarão a
existir e a gerar discussões, polêmicas
, picuinhas, tretas... (Denis Freitas)
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